Natural de Estância, no interior de Sergipe, Rogério foi mais do que um cantor — foi um símbolo da cultura nordestina, um artista que dedicou sua vida a exaltar as raízes do seu estado e a espalhar o forró pelos quatro cantos do Brasil. Com uma carreira marcada por versatilidade, carisma e compromisso cultural, Rogério se tornou conhecido nacionalmente como o criador do slogan “Sergipe é o País do Forró”, que virou hino dos festejos juninos no estado.
Da guitarra ao acordeon: uma trajetória musical eclética
Rogério começou sua carreira musical influenciado pelo rock e por bandas como The Beatles, mas foi ao conhecer Luiz Gonzaga, aos 16 anos, que se rendeu ao forró pé de serra. A partir daí, sua música passou a refletir a alma nordestina, misturando ritmos como axé, lambada, merengue e até elementos do rock progressivo, sempre com bom gosto e identidade própria
Um defensor da cultura sergipana
Com mais de 30 anos de carreira, Rogério participou de programas de TV como Xuxa, Mara Maravilha, Angélica e TV Manchete, levando a música de Sergipe para o cenário nacional. Foi presença constante no Forró Caju, maior festa junina do estado, e se recusou a alterar suas letras para agradar gravadoras, mantendo firme sua identidade sergipana
Legado e despedida
Rogério faleceu em 13 de agosto de 2014, aos 57 anos, em São Paulo, vítima de complicações hepáticas decorrentes de uma esquistossomose adquirida na infância. Mesmo doente, continuava compondo e sonhava em voltar aos palcos. Um show beneficente foi realizado em sua homenagem, reunindo artistas como Nando Cordel, Mingo Santana e Valtinho do Acordeon, celebrando suas obras e sua contribuição à música nordestina

Principais sucessos de Rogério:
- Chamego Só (Sergipe é o País do Forró)
- Considerada seu maior hit, virou um verdadeiro hino junino em Sergipe. A música celebra as tradições locais e exalta o estado como o berço do forró.
- Trecho marcante: “Sergipe é o país do forró / Tem milho, canjica e quentão…”
- Cajueiro dos Papagaios
- Uma canção com forte identidade regional, que mistura poesia e ritmo contagiante.
- Rosa de Sol
- Música com pegada romântica e melodia suave, muito tocada em rádios locais.
- Atitude Negra
- Uma composição com temática social, mostrando o lado engajado do artista.
- Computador
- Mistura de forró com elementos modernos, mostrando a versatilidade de Rogério.
- Moça Bonita
- Uma homenagem à beleza da mulher nordestina, com ritmo dançante.
- Dor de Solidão (com participação de Pedro Luan)
- Música emotiva que também destaca o talento de seu filho, que seguiu carreira artística
Um artista eterno
Rogério deixou um legado de resistência cultural, musicalidade refinada e amor por Sergipe. Sua música continua viva nas festas juninas, nas rádios e na memória de quem reconhece nele um verdadeiro músico-poeta do Nordeste.
Mesmo após sua morte em 2014, Rogério continua sendo lembrado como símbolo da música nordestina e guardião da identidade sergipana. Sua obra é celebrada em homenagens, vídeos e festivais, como neste vídeo tributo que reforça sua importância para o forró e para Sergipe.