Morreu na noite desta quarta-feira, 24, em Santa Catarina, o forrozeiro sergipano Zé Américo, aos 70 anos. A informação foi confirmada por familiares.
Natural de Campo do Brito, Zé Américo estava internado desde o dia 18 de setembro para fazer uma cirurgia reconstrutiva do pescoço após complicações de saúde em virtude de um câncer, mas não resistiu durante recuperação após procedimentos.
LEGADO DE ZÉ AMÉRICO
Zé Américo nasceu em Campo do Brito, em 1955, e desde cedo teve o forró presente em sua vida. Ainda jovem, chegou a vender cabras e uma égua para comprar sua primeira sanfona. Após um período em São Paulo, retornou a Sergipe em 1981 e consolidou sua carreira em Aracaju. O lançamento do CD “Sonho de um Agresteiro” foi um marco, projetando-o no cenário musical sergipano e levando-o a participar de grandes festas e eventos dentro e fora do estado.
Ao longo da trajetória, esteve presente em programas de TV locais e nacionais, como São João da Gente, Forró Bodó, Mais Você e Fantástico, além de receber diversas homenagens e prêmios, como a Sanfona de Ouro (2012) e o Troféu Marlins (2014). Também dividiu palco com nomes como Dominguinhos e participou de festivais de destaque.
Reconhecido por sua contribuição à cultura sergipana, Zé Américo seguiu como símbolo de Campo do Brito e referência do forró autêntico, mantendo um vasto repertório que celebra a música nordestina e a tradição popular. Hoje, infelizmente, Campo do Brito e todo o estado de Sergipe se despedem de sua voz marcante: Zé Américo faleceu, deixando um legado eterno na música e no coração de seu povo.
Com seu talento, Zé Américo dedicou sua vida ao forró, obteve reconhecimento nacional e tornou-se símbolo da cultura sergipana.
O forrozeiro deixa três filhos e dois netos. Segundo informações da prefeitura de Campo do Brito, o corpo vai passar por translado e deve chegar a Aracaju na sexta-feira, 26. Depois, segue para Itabaiana, onde o corpo será velado.
“Zé Américo deixa um legado profundo e luminoso para a arte nordestina — um legado que continuará ecoando em cada acorde, em cada gesto, em cada criação inspirada por sua alma musical. Vá com Deus, Zé. Que a luz que você espalhou aqui na Terra continue brilhando lá do alto. Porque um verdadeiro artista nunca parte — ele se transforma em estrela, para iluminar os caminhos de quem fica.”
— Joaquim Casaca de Couro
Destaques de sua trajetória:
- Guardião da tradição musical: Zé Américo foi um verdadeiro expoente da música nordestina, incorporando ritmos como o baião em seu repertório e mantendo viva a essência do forró sergipano.
- Início precoce: Sua relação com a sanfona começou ainda na infância, por volta dos 10 anos de idade, quando descobriu sua vocação musical.
- Presença marcante nos palcos: Participou de diversos eventos culturais, com destaque para o tradicional Forró Caju, em Aracaju, onde encantou o público com seu talento e carisma.
- Legado audiovisual: Sua história foi registrada no documentário Revivendo o São João, lançado em 2010, que retrata sua vida e contribuição à música nordestina.
Zé Américo deixa um legado de alegria, identidade cultural e resistência musical. Seu nome permanecerá vivo nas festas juninas, nas rodas de forró e na memória de todos que celebram a música nordestina.



Ascom Casaca de Couro